quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Neoclássico NEOCLASSICISMO Introdução O neoclassicismo é um movimento artístico que, a partir do final do século XVIII, reagiu ao barroco e ao rococó, e reviveu os princípios estéticos da antigüidade clássica, atingindo sua máxima expressão por volta de 1830. Não foi apenas um movimento artístico, mas cultural, refletindo as mudanças que ocorrem no período, marcada pela ascensão da burguesia. Essas mudanças estão relacionadas ao racionalismo de origem iluminista, a formação de uma cultura cosmopolita e profana; A pregação da tolerância; a reação contra a aristocracia e a Revolução Industrial inglesa. Entre as mudanças filosóficas, ocorridas com o iluminismo, e as sociais, com a revolução francesa, a arte deveria tornar-se eco dos novos ideais da época: subjetivismo, liberalismo, ateísmo e democracia. Esses foram os elementos utilizados para reelaborar a cultura da antigüidade clássica, greco-romana. No século XVIII, as rápidas e constantes mudanças acabaram por dificultar o surgimento de um novo estilo artístico. O melhor seria recorrer ao que estivesse mais à mão: a equilibrada e democrática antigüidade clássica. E foi assim que, com a ajuda da arqueologia (Pompéia tinha sido descoberta em 1748), arquitetos, pintores e escultores logo encontraram um modelo a seguir. Surgiram os primeiros edifícios em forma de templos gregos, as estátuas alegóricas e as pinturas de temas históricos. As encomendas já não vinham do clero e da nobreza, mas da alta burguesia, mecenas incondicionais da nova estética. A imagem das cidades mudou completamente. Derrubaram-se edifícios e largas avenidas foram traçadas de acordo com as formas monumentais da arquitetura renovada, ainda existente nas mais importantes capitais

Neoclássico

NEOCLASSICISMO


Introdução


O neoclassicismo é um movimento artístico que, a partir do final do século XVIII, reagiu ao barroco e ao rococó, e reviveu os princípios estéticos da antigüidade clássica, atingindo sua máxima expressão por volta de 1830. Não foi apenas um movimento artístico, mas cultural, refletindo as mudanças que ocorrem no período, marcada pela ascensão da burguesia. Essas mudanças estão relacionadas ao racionalismo de origem iluminista, a formação de uma cultura cosmopolita e profana;
A pregação da tolerância; a reação contra a aristocracia e a Revolução Industrial inglesa.
Entre as mudanças filosóficas, ocorridas com o iluminismo, e as sociais, com a revolução francesa, a arte deveria tornar-se eco dos novos ideais da época: subjetivismo, liberalismo, ateísmo e democracia. Esses foram os elementos utilizados para reelaborar a cultura da antigüidade clássica, greco-romana.
No século XVIII, as rápidas e constantes mudanças acabaram por dificultar o surgimento de um novo estilo artístico. O melhor seria recorrer ao que estivesse mais à mão: a equilibrada e democrática antigüidade clássica. E foi assim que, com a ajuda da arqueologia (Pompéia tinha sido descoberta em 1748), arquitetos, pintores e escultores logo encontraram um modelo a seguir.
Surgiram os primeiros edifícios em forma de templos gregos, as estátuas alegóricas e as pinturas de temas históricos. As encomendas já não vinham do clero e da nobreza, mas da alta burguesia, mecenas incondicionais da nova estética. A imagem das cidades mudou completamente. Derrubaram-se edifícios e largas avenidas foram traçadas de acordo com as formas monumentais da arquitetura renovada, ainda existente nas mais importantes capitais da Europa.


Arquitetura


Na arquitetura percebe-se melhor os novos ideais que se desenvolvem na Europa. De uma forma geral foi marcada pela simplicidade, sendo que em alguns casos percebe-se maior influência romana, com obras marcadas pela severidade e monumentalidade; e em outros casos se sobressaem as características gregas, com maior graça e pureza.








No fim do século XVII, inicia-se em países como a França e a Inglaterra um movimento artístico sob a influência do arquiteto Palladio (palladianismo), que mais tarde, em pleno século XVIII, com a revolução francesa, acabaria se estendendo por toda a Europa, sob o nome de classicismo. A arquitetura barroca não tinha tido grande repercussão nesses países. Um exemplo disso é a rejeição ao projeto de Bernini para o palácio do Louvre, considerado italiano demais.







Assim, pode-se falar, principalmente na França, de um segundo renascimento da antigüidade. Lá, as últimas igrejas construídas persistiam na dinâmica do gótico, tornando-se indispensável uma renovação. Entretanto, seus arquitetos não estavam dispostos a prosseguir dentro da estética empolada e amaneirada do barroco. Os fundadores da jovem ciência da arqueologia proporcionaram as bases documentais dessa nova arquitetura de formas clássicas. Surgiram assim os edifícios grandiosos, de estética totalmente racionalista: pórticos de colunas colossais com frontispícios triangulares, pilastras despojadas de capitéis e uma decoração apenas insinuada em guirlandas ou rosetas e frisos de meandros. As cidades tiveram de se adaptar a essas construções gigantescas. Desenharam-se largas avenidas para abrigar os novos edifícios públicos, academias e universidades, muitos dos quais conservam ainda hoje a mesma função.


Escultura


Os escultores neoclássicos foram marcados pelo rigor e pela passividade e sua produção academicista é considerada fria.
Estátuas de heróis uniformizados, mulheres envoltas em túnicas de Afrodite, ou crianças conversando com filósofos, foram os protagonistas da fase inicial da escultura neoclássica. Mais tarde, na época de Napoleão, essa disciplina artística se restringiria às estátuas eqüestres e bustos focalizados na pessoa do imperador. A referência estética foi encontrada na estatuária da antigüidade clássica, por isso as obras possuíam um naturalismo equilibrado.






Respeitavam-se movimentos e posições reais do corpo, embora a obra nunca estivesse isenta de um certo realismo psicológico, plasmado na expressão pensativa e melancólica dos rostos. A busca do equilíbrio exato entre naturalismo e beleza ideal ficava evidente nos esboços de terracota, nos quais os volumes e as variações das posições do corpo eram estudados com cuidado. O escultor neoclássico encontrou o dinamismo na sutileza dos gestos e suavidade das formas.







Quanto aos materiais utilizados, os mais comuns eram o bronze, o mármore e a terracota, embora, a partir de 1800, o mármore branco, que permitia o polimento da superfície até a obtenção do brilho natural da pele, tenha adquirido preponderância sobre os demais. Entre os escultores mais importantes desse período destacam-se o italiano Antonio Canova, escultor exclusivo da família Bonaparte, e o dinamarquês Bertel Thorvaldsen, que chegou a presidir a Accademia di San Lucca, em Roma.


Pintura


Foi a expressão menos desenvolvida do neoclacissismo. De uma forma geral caracterizou-se pela exaltação de elementos mitológicos ou pela celebração de Napoleão. As figuras pareciam fazer parte de uma encenação teatral e eram desenhadas numa posição fixa, como que interrompidas no meio de uma solene representação. Na pureza das linhas e na simplificação da composição, buscava-se uma beleza deliberadamente estatuária. Os contornos eram claros e bem delineados, as cores, puras e realistas, e a iluminação, límpida.







As figuras eram rígidas, sem vida, e os rostos, completamente sem expressão, simulavam máscaras das antigas tragédias gregas. As túnicas e capas caíam em dobras pesadas e angulosas, cobrindo as formas do corpo. Um enquadramento arquitetônico fechava a composição atrás e nos lados. A função narrativa era interpretada como uma gélida encenação. O fato histórico se subordinava à teatralização, à captação de um momento já morto.
Grande parte dos críticos destaca as obras de Jacques-Louis David como a principal exceção, marcada pela energia e pelo realismo, que canalizam a exaltação do heroísmo para figuras variadas do mundo em que vive, não reproduzindo portanto a exaltação de Napoleão.









Pouco depois surgiria o romantismo, carregado de paixão e liberdade. Alguns artistas neoclássicos trilharam caminhos próximos à temática romântica, como Ingeres, ou finalmente aderiram ao novo movimento, como fez Gericault. Em certos momentos, quando compartilham o gosto pelos temas exóticos e patrióticos, se não fosse a linha limpa de uma contra o traço carregado de tensão da outra, seria difícil estabelecer um limite claro entre os discursos das duas correntes artísticas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

lavouras

A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L.. Há pelo menos seis espécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendo a designação Saccharum spp. As espécies de cana-de-açúcar são provenientes do Sudeste Asiático. A planta é a principal matéria-prima para a fabricação do açúcar e álcool (etanol).
É uma planta da família Poaceae, representada pelo milho, sorgo, arroz e muitas outras gramas. As principais características dessa família são a forma da inflorescência (espiga), o crescimento do caule em colmos, e as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e bainha aberta.
É uma das culturas agrícolas mais importantes do mundo tropical[carece de fontes?], gerando centenas de milhares de empregos diretos. É fonte de renda e desenvolvimento, embora nitidamente concentradora de renda. Na região de Ribeirão Preto, a principal zona produtora do Brasil,[2] 98.228 pessoas tinham renda inferior a R$ 100 mensais até 2007.[3]
A principal característica da indústria canavieira é a expansão por meio do latifúndio, resultado da alta concentração de terras nas mãos de poucos proprietários, mormente conseguida através da incorporação de pequenas propriedades, gerando por sua vez êxodo rural.
Geralmente, as plantações ocupam vastas áreas contíguas, isolando e/ou suprimindo as poucas reservas de matas restantes, estando muitas vezes ligadas ao desmatamento de nascentes ou sobre áreas de mananciais. Os problemas com as queimadas, praticadas anteriormente ao corte para a retirada das folhas secas, são uma constante nas reclamações de problemas respiratórios nas cidades circundadas por essa monocultura. Ademais, o retorno social da agroindústria como um todo, é mais pernicioso que benéfico para a maioria da população.
O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos países, principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e álcool. Este último tem sido cada vez mais importado por nações de primeiro mundo, que visam reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de combustíveis fósseis. Todavia, o baixo custo é conseguido, por vezes, pelo emprego de mão-de-obra assalariada de baixíssima remuneração e em alguns casos há até seu uso com características de escravidão por dívida.[4]
No Brasil, a agroindústria da cana-de-açúcar tem adotado políticas de preservação ambiental que são exemplos mundiais na agricultura[carece de fontes?], embora nessas políticas não estejam contemplados os problemas decorrentes da expansão acelerada sobre vastas regiões e o prejuízo decorrente da substituição da agricultura variada de pequenas propriedades pela monocultura. Já existem diversas usinas brasileiras que comercializam crédito de carbono, dada a eficiência ambiental.
As queimadas também têm diminuído devido ao aumento de denúncias e endurecimento da fiscalização, embora muitas dessas denúncias terminem sem uma penalização formal. Em cidades como Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos, Franca, Jaboticabal e Ituverava, as multas e advertências a usinas e produtores que queimam seus canaviais cresceram 27% em 2009 em relação a 2008, segundo levantamento da Cetesb.[5]
Para renovação do cultivo, algumas indústrias canavieiras fazem, a cada quatro ou cinco anos, plantios de leguminosas(soja) que recuperam o solo pela fixação de nitrogênio. Quanto aos problemas advindos da queima controlada na época do corte, existe já um movimento em direção à mecanização da colheita que aumenta de ano para ano,além de rigorosos protocolos que prevem o fim da queima até o ano de 2014.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


    Os quilombos, que

Senzalas

Por Carolina de Sousa Campos Sento Sé
As senzalas eram alojamentos utilizados por senhores de engenho como abrigo para seus escravos. Construídas com barro, madeira, telha ou palha foram nomeadas por Joaquim Nabuco como “o grande pombal negro”. Elas existiram juntamente com a escravidão, ou seja, entre os séculos XVI e XIX. senzala2Além de abafadas (por possuírem poucas janelas cercadas com grades) também eram desconfortáveis pela grande quantidade de pessoas alojadas ali. No mais, não possuíam divisórias e os seus “habitantes” se viam obrigados a dormir no chão – quase sempre de terra batida, em alguns locais, com palha. Há registros de senzalas que possuíam tarimbas: tábuas de madeira posicionadas a mais ou menos três pés de distância do chão. Apesar da precariedade, os homens dormiam separados das mulheres e das crianças. Os escravos também ficavam acorrentados dentro das senzalas, para evitar fugas.
Pelourinho
Pelourinho
Na parte exterior da construção a senzala possuía, à sua frente, o pelourinho  – um tronco com corda utilizado para castigar os negros – e, aos fundos, sanitários primitivos feitos com barricadas de água cheias até a metade que eram esvaziados e limpos uma vez ao dia. Também há um fogão improvisado, utilizado pelos escravos para assar a própria comida – geralmente pesca e caça, ou sobras.
Abertas até as dez horas da noite para convívio, ao som de uma espécie de campainha as senzalas eram trancadas e somente reabertas no dia seguinte, uma hora antes do início das tarefas diárias.
Ainda há senzalas localizadas no Vale do Paraíba e nas cidades de Vassouras, Valença e Cantalago, e sua visitação é permitida – são pontos turísticos.
    na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares. Criado no final de 1590 a partir de um pequeno refúgio de escravos localizado na Serra da Barriga, em Alagoas, Palmares se fortificou, chegando a reunir quase 30 mil pessoas. Transformou-se num estado autônomo, resistiu aos ataques holandeses, luso-brasileiros e bandeirantes paulistas, e foi totalmente destruído em 1716. Embora não existam mais quilombos por aqui, comunidades remanescentes se instalaram em vários estados do país. No total, 743 foram identificadas, mas só 29 foram tituladas oficialmente pelo governo. Localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe, Goiás e Amapá, estas comunidades detém os Direitos Culturais Históricos, assegurados pelos artigos 215 e 216 da Constituição Federal que tratam das questões relativas à preservação dos valores culturais da população negra. Além disso, suas terras são consideradas Território Cultural Nacional. Estima-se que 2 milhões de pessoas vivam nestas comunidades organizadas para garantir o direito à propriedade da terra. Segundo a Fundação Cultural Palmares, do governo federal, que confere às comunidades o direito ao título de posse da terra, os habitantes remanescentes dos quilombos preservam o meio ambiente e respeitam o local onde vivem. Mas sofrem constantes ameaças de expropriação e invasão das terras por inimigos que cobiçam as riquezas em recursos naturais, fertilidade do solo e qualidade da madeira.

O trabalho escravo na História do Brasil

Os castigos corporais são comuns, permitidos por lei e com a permissão da Igreja. As Ordenações Filipinas sancionam a morte e mutilação dos negros como também o açoite. Segundo um regimento de 1633 o castigo é realizado por etapas: depois de bem açoitado, o senhor mandará picar o escravo com navalha ou faca que corte bem e dar-lhe com sal, sumo de limão e urina e o meterá alguns dias na corrente, e sendo fêmea, será açoitada à guisa de baioneta dentro de casa com o mesmo açoite.

Outros castigos também são utilizados: retalhamento dos fundilhos com faca e cauterização das fendas com cera quente; chicote em tripas de couro duro; a palmatória, uma argola de madeira parecida com uma mão para golpear as mãos dos escravos; o pelourinho, onde se dá o açoite: o escravo fica com as mãos presas ao alto e recebe lombadas de acordo com a infração cometida

História do Brasil / pg. 34
Luiz Koshiba e Denise Manzi F. Pereira
Ed. Atual

Por que a economia colonial e imperial baseou-se no trabalho escravo?

O latifúndio monocultor no Brasil exigia uma mão-de-obra permanente.
Era inviável a utilização de portugueses assalariados, já que a intenção não era vir para trabalhar, e sim para se enriquecer no Brasil.

O sistema capitalista nascente não tinha como pagar salários para milhares de trabalhadores, além do que, a população portuguesa que não chegava aos 3 milhões, era considerada reduzida para oferecer assalariados em grande quantidade.

Quem foi utilizado como escravo nos períodos colonial e imperial?

Embora o índio tenha sido um elemento importante para formação da colônia, o negro logo o suplantou, sendo sua mão-de-obra considerada a principal base, sobre a qual se desenvolveu a sociedade colonial brasileira.

Na fase inicial da lavoura canavieira ainda predominava o trabalho escravo indígena. Parece-nos então que argumentos tão amplamente utilizados, como inaptidão do índio brasileiro ao trabalho agrícola e sua indolência caem por terra.

A História verdadeira mostra que a reação do nativo foi tão marcante, que tornou-se uma ameaça perigosa para certas capitanias como Espírito Santo e Maranhão. Além da luta armada, os indígenas reagiram de outras maneiras, ocorrendo fugas, alcoolismo e homicídios como forma de reação à violência estabelecida pelo escravismo colonial. Todas essas formas de reação dificultavam a organização da economia colonial, podendo assim, comprometer os interesses mercantilistas da metrópole, voltados para acumulação de capital. Destaca-se também, a posição dos jesuítas, que voltados para catequese do índio, opunham-se à sua escravidão.

Apesar de todos esses obstáculos, o indígena é amplamente escravizado, permanecendo como mão-de-obra básica na economia extrativista do Norte do Brasil, mesmo após o término do período colonial.

Por que então que o índio cede lugar para o negro como escravo no Brasil?

A maior utilização do negro como mão-de-obra escrava básica na economia colonial, deve-se principalmente ao tráfico negreiro, atividade altamente rentável, tornando-se uma das principais fontes de acumulação de capitais para metrópole.

Exatamente o contrário ocorria com a escravidão indígena, já que os lucros com o comércio dos nativos não chegava até a metrópole.

Torna-se claro assim, o ponto de vista defendido pelo historiador Fernando Novais, de que "o tráfico explica a escravidão", e não o contrário.

Para os portugueses, o tráfico negreiro não era novidade, pois desde meados do século XV , o comércio de escravos era regular em Portugal, sendo que durante o reinado de D. João II o tráfico negreiro foi institucionalizado com a ação direta do Estado português, que cobrava taxas e limitava a participação de particulares.

Quanto à procedência étnica do negro, destacaram-se dois grupos importantes: os bantos, capturados na África equatorial e tropical provenientes do Congo, Guiné e Angola, e os sudaneses, vindos da África ocidental, Sudão e norte da Guiné.

Interessante observarmos que entre os elementos deste segundo grupo, destacavam-se muitos negros islamizados, responsáveis posteriormente por uma rebelião de escravos ocorrida na Bahia em 1835, conhecida como a Revolta dos Malês.

A resistência do negro: os quilombos.

Desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo (nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão o levando à morte) e pelos quilombos, várias foram as formas de resistência do negro à escravidão, sendo a formação dos quilombos a mais conseqüente.

Os quilombos eram aldeamentos de negros que fugiam dos latifúndios, passando a viver comunitariamente. O maior e mais duradouro foi o quilombo dos Palmares, surgido em 1630 em Alagoas, estendendo-se numa área de 27 mil quilômetros quadrados até Pernambuco. Desenvolveu-se através do artesanato e do cultivo do milho, feijão, mandioca, banana e cana-de-açúcar, além do comércio com aldeias vizinhas.

Seu primeiro líder foi Ganga Zumba, substituído depois de morto por seu sobrinho Zumbi, que tornou-se a principal liderança da história de Palmares. Zumbi foi covardemente assassinado em 1695 pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado por latifundiários da região.

Apesar dos muitos negros mortos em Palmaras, a quantidade de escravos crescia muito e em 1681 atingia a cifra de 1 milhão de negros trazidos somente de Angola.

O grande número de negros utilizado como escravos, deixa clara a alta lucratividade do tráfico negreiro, responsável inicialmente pelo abastecimento da lavoura canavieira em expansão nos séculos XVI e XVII e posteriormente nas áreas de mineração e da lavoura cafeeira nos séculos XVIII e XIX respectivamente.

escaravos nas minas

História das Minas de Ouro e Diamante: a Escravidão nas Minas

Em 1832, circum-navegando a América do Sul, rumo à famosa ilha de Galápagos, onde encontrou a surpreendente fauna que o inspiraria a elaborar a revolucionária Teoria da Evolução das Espécies, o naturalista inglês Charles Darwin passou pela Bahia e pelo Rio de Janeiro, onde escreveu:

... finalmente, deixamos as praias do Brasil. Agradeço a Deus e espero nunca visitar outra vez um país escravocrata... Perto do Rio de Janeiro, morei em frente a uma velha senhora que guardava tarraxas para esmagar os dedos de suas escravas. Fiquei em uma casa onde um jovem mulato era diariamente e a cada hora maltratado, espancado e atormentado, de um modo suficiente para aniquilar o espírito do animal mais miserável. Vi um garotinho de seis ou sete anos de idade ser atingido três vezes na cabeça por um chicote de açoitar cavalos (antes que eu pudesse interferir) simplesmente por ter me alcançado um copo de água que não estava bem limpo. Vi seu pai tremer apenas com um relance do olhar de seu mestre...


Execução da Pena do Fugitivo e Escravos ao Tronco: Debret

Feitor Corrigindo Escravo: Debret

Nas Minas, a escravidão não se distanciou dos moldes cariocas ou baianos. Os primeiros escravos negros chegaram às Minas, logo após a descoberta das primeiras jazidas auríferas, em 1695. Para cá foram trazidos escravos capturados em várias nações africanas, tais como Sudão, Guiné, Angola, Moçambique e Congo. Para o trabalho na mineração havia a preferência por um tipo específico de escravo, pelo qual se pagava caro: o negro-mina. Baixo e forte, o negro-mina vinha da região do Congo. Forte para a brutalidade do trabalho e baixo para melhor se mover nos ambientes apertados dos talhos e das galerias das minas, o negro-mina recebia tal denominação por conhecer técnicas rudimentares de mineração, as quais aprendia em sua própria cultura. A viagem da África ao Rio de Janeiro durava geralmente cerca de 2 longos meses. Nos escuros porões dos navios, os escravos eram amontoados como gado e batizados na fé católica. Os homens recebiam o nome de Chico e as mulheres de Chica ou Maria. A travessia do Atlântico era uma verdadeira provação. Tormentas e naufrágios eram constantes. Devido aos maus tratos, às péssimas condições do transporte e à falta de asseio, comida e água potável, calcula-se que morriam de cinco a vinte e cinco porcento dos negros, durante a viagem.
Mercado de Escravos no Rio de Janeiro:Debret

Os que chegavam vivos e em condições de serem expostos à venda, nos mercados de escravos no Rio de Janeiro, ainda tinham de sobreviver à longa caminhada até as regiões mineradoras. Escoltados por tropeiros armados, o negros eram acorrentados uns aos outros e, descalços, eram conduzidos pela Estrada Real até as principais vilas da capitania como São João Del Rei, Vila Rica (Ouro Preto) e o Distrito Diamantino do Tejuco (Diamantina). Em 1876, quando o ouro de aluvião começa a apresentar sinais de exaustão, a Capitania já contava com o incrível número de 174.135 cativos, numa população de total de 362.847 habitantes. Para a maioria dos negros escravos, a situação de vida na sociedade mineradora não foi melhor do que a do nordeste açucareiro. A brutalidade da exploração do escravo, certamente, foi mais grave nos trabalhos de extração aurífera nas lavagens das várzeas e ribeiros e nas escavações das galerias subterrâneas. O negro era obrigado a trabalhar o dia inteiro em ambientes úmidos, frios e, muitas vezes, claustrofóbicos. Devido à desumana condição do serviço, os escravos morriam com cinco ou sete anos de serviço na mineração. Eram comuns as mortes por soterramento, afogamento, asfixia e por doenças como silicose, dermatites agudas, pneumonia e tuberculose. Mas nem tudo foi barbárie no mundo do escravo mineiro. As Minas foram palco de várias histórias de perseverança, obstinação e liberdade, como a de Chico Rei em Vila Rica (vide postagem Chico Rei, o Rei do Congo no Brasil) e de Chica da Silva no Distrito Diamantino. A grande quantidade de ouro encontrado nas Minas e o fácil acesso ao metal precioso permitiam ao escravo comprar sua liberdade. Era comum na região mineradora permitir que o escravo garimpasse ouro por conta própria, aos domingos e nos dias santos. Assim, era possível ao negro acumular ouro suficiente para comprar sua alforria ou até mesmo comprar outro escravo que era oferecido ao seu senhor em troca de sua liberdade. Uma vez libertos, o escravos alforriados se organizavam em irmandades religiosas, nas quais se ajudavam mutuamente e pagavam pela alforria de outros escravos. As irmandades negras mais comuns eram as da padroeira Nossa Senhora do Rosário. Praticamente, cada vilarejo mineiro possuia um Capela do Rosário. Mas, existiam ainda as irmandades de Santa Efigênia, de Nossa Senhora das Mercês, de São Gonçalo e de São Francisco dos Cordões da Penitência, nas quais se admitiam negros forros. Os escravos libertos encontravam nas irmandades religiosas um espaço para o exercício da sociabilidade e também para a prática sua cultura, sobretudo, a religiosa.Foram nestes locais que a religiosidade da África se fundiu com a do colonizador portugues, dando origem ao sincretismo religioso como o Congado, o Reizado e etc.
Escravos Carpinteiros: Debret
Escravos Cangueiros e Diferentes Nações de Escravos: Debret
Sapataria: Debret
Exploração de Granito: Debret

Os escravos foram responsáveis pela produção de toda a riqueza da Capitania das Minas de Ouro, até a abolição da escravidão, em 1888. Extraíram todo ouro, o diamante e as gemas preciosas. Construíram as ruas, o casario, as igrejas e as cidades. Exerceram os mais diversos ofícios necessários à dinâmica das vilas mineradoras. Foram deles, e das nações indígenas que herdamos os elementos étnico-culturais, que, somados à matriz portuguesa, resultaram na formação da magnífica e incomparável Civilização Mineira.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

navios negreirosChama-se de tráfico negreiro o transporte forçado de negros como escravos para as Américas e para outras colônias de países europeus, durante o período colonialista. A escravatura foi praticada por muitos povos, em diferentes regiões, desde as épocas mais antigas. Eram feitos escravos, em geral, os prisioneiros de guerra. Na Idade Moderna, sobretudo a partir da descoberta da América, houve um florescimento da escravidão. Desenvolvendo-se então um cruel e lucrativo comércio de homens, mulheres e crianças entre a África e as Américas. A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da suposta superioridade racial e cultural dos europeus. [editar] América Triangle trade.png O uso de mão de obra africana no Caribe e no sul das colônias inglesas da América do Norte formou uma grande rede empresarial que comprava escravos já apresados no litoral de Angola e Guiné, trazendo-os para a América. O tráfico de escravos causou verdadeira sangria na África: alimentou guerras internas, abalou organizações tradicionais, destruiu reinos, tribos e clãs e matou criminosamente milhões de negros. Na América do Sul, o tráfico foi muito intenso, principalmente na América portuguesa. [editar] Brasil Ver artigo principal: Tráfico de escravos para o Brasil Triangular trade.png Os portugueses já usavam o negro como escravo antes da colonização do Brasil, nas ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. O tráfico para o Brasil, embora ilegal a partir de 1830, somente cessou em torno de 1850, após a aprovação de uma lei de autoria de Eusébio de Queirós, depois de intensa pressão do governo britânico, interessado no desenvolvimento do trabalho livre para a ampliação do mercado consumidor. Iniciado na primeira metade do século XVI, o tráfico de escravos negros da África para o Brasil teve grande crescimento com a expansão da produção de açúcar, a partir de 1560 e com a descoberta de ouro, no século XVIII. A viagem para o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da viagem sempre havia lucro. Os principais portos de desembarque no Brasil eram a Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, de onde seguiam para outras cidades.Chama-se de tráfico negreiro o transporte forçado de negros como escravos para as Américas e para outras colônias de países europeus, durante o período colonialista. A escravatura foi praticada por muitos povos, em diferentes regiões, desde as épocas mais antigas. Eram feitos escravos, em geral, os prisioneiros de guerra. Na Idade Moderna, sobretudo a partir da descoberta da América, houve um florescimento da escravidão. Desenvolvendo-se então um cruel e lucrativo comércio de homens, mulheres e crianças entre a África e as Américas. A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da suposta superioridade racial e cultural dos europeus. [editar] América Triangle trade.png O uso de mão de obra africana no Caribe e no sul das colônias inglesas da América do Norte formou uma grande rede empresarial que comprava escravos já apresad

Chama-se de tráfico negreiro o transporte forçado de negros como escravos para as Américas e para outras colônias de países europeus, durante o período colonialista.
A escravatura foi praticada por muitos povos, em diferentes regiões, desde as épocas mais antigas. Eram feitos escravos, em geral, os prisioneiros de guerra.
Na Idade Moderna, sobretudo a partir da descoberta da América, houve um florescimento da escravidão. Desenvolvendo-se então um cruel e lucrativo comércio de homens, mulheres e crianças entre a África e as Américas. A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da suposta superioridade racial e cultural dos europeus.

[editar] América

Triangle trade.png
O uso de mão de obra africana no Caribe e no sul das colônias inglesas da América do Norte formou uma grande rede empresarial que comprava escravos já apresados no litoral de Angola e Guiné, trazendo-os para a América.
O tráfico de escravos causou verdadeira sangria na África: alimentou guerras internas, abalou organizações tradicionais, destruiu reinos, tribos e clãs e matou criminosamente milhões de negros.
Na América do Sul, o tráfico foi muito intenso, principalmente na América portuguesa.

[editar] Brasil

Triangular trade.png
Os portugueses já usavam o negro como escravo antes da colonização do Brasil, nas ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. O tráfico para o Brasil, embora ilegal a partir de 1830, somente cessou em torno de 1850, após a aprovação de uma lei de autoria de Eusébio de Queirós, depois de intensa pressão do governo britânico, interessado no desenvolvimento do trabalho livre para a ampliação do mercado consumidor.
Iniciado na primeira metade do século XVI, o tráfico de escravos negros da África para o Brasil teve grande crescimento com a expansão da produção de açúcar, a partir de 1560 e com a descoberta de ouro, no século XVIII. A viagem para o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da viagem sempre havia lucro. Os principais portos de desembarque no Brasil eram a Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, de onde seguiam para outras cidades.